Friday, August 25, 2006
Lume e Fogo
Teu pudor
Me incita,
Excita,
Provoca o amor,
Acelera o coração!
Que calor!
Que paixão!
Teu seio desnudo,
Me queda mudo.
O que é isto?
Não resisto!
Persigo teu olhar,
Tua boca pra beijar!
Minhas mãos são aves,
Que no céu do teu corpo,
Tomam liberdades!
Porque é assim,
Este estopim,
Perigoso jogo?
Tu és lume
E eu sou fogo!
Wednesday, August 02, 2006
Miopia estranha
Oh perder-me eu em ti
Que importa
Que se não fique por aqui?
Tudo é nada
E este nada esvazia
Era a ti que eu queria!
Oh como te quero tanto!
Não chega o pranto
O mundo, a morte,
Amar-te é desta sorte!
Uma espécie de loucura
Que mesmo cuidando a cabeça
Não tem cura
Nada que a meça!
Arrancai-me este coração
Coisa selvagem, cheia de manha
Dizem que é paixão
Mas é miopia estranha
Que sem chegar a cegar
Apenas a ti consegue ver
E só a ti me deixa amar!
Tudo que te faça feliz!
Dizem-me que ando perdido
Mas era em ti que me queria perder
Esta vida que tenho vivido
Sem ti não é mais viver!
Deixa que louco te encontre a minha boca
Sequioso sacie a minha sede nos teus beijos
Teu corpo é terra pequena, coisa pouca
Um oásis, coisa de sonho em mil desejos
Quero ser navegante e enfrentar a tempestade
Ser louco pouco importa, quero-te como o mar
E serei vento, enfunando as velas nesta vontade
E descobrir em ti uma réstea de paraíso a encontrar
Leve-me este desatino que me arrasta!
Sou Ulisses a ouvir o canto das sereias
E ensurdecendo quero tudo, nada a meias
Nesta dor, que ainda assim não me basta!
Oh amor, porque hão-de estes laços nos prender?
E se tu queres e és meu querer,
Que nos pode por barreiras ou travar?
O inventor do amor, não nos fez pr’amar?
Sonho agarrar teus seios doces,
Como o conquistador de conquistar!
Se eu fosse mar, tu nuvem fosses;
Ou eu rio e tu chuva até me inundar!
Toma este meu corpo mudo,
Mergulha em ti minha raiz,
Sê minha, serei teu e tudo,
Tudo o que te faça feliz!